Comuns nos ambientes de casa, conheça os produtos corretos para se livrar das bactérias de uma vez por todas.
As bactérias estão presentes em nossa rotina de maneira constante, seja na maçaneta da porta, seja na pia. Segundo pesquisa da Universidade de Colorado, nos Estados Unidos, existem, em média, 7.000 bactérias diferentes por casa.
Apesar de ser impossível se livrar delas por completo, existem produtos específicos destinados à eliminação desses microrganismos, deixando o ambiente mais seguro e higienizado.
Quais produtos eliminam as bactérias?
Não é qualquer produto que garantirá a eliminação das bactérias, e é necessário, portanto, atentar-se aos diferentes tipos, funções e, inclusive, o tipo de superfície que podem limpar.
“Normalmente, o hipoclorito é o mais eficaz e de fácil acesso para a limpeza doméstica, quando se trata de bactérias. Porém, é corrosivo e pode danificar algumas superfícies”, explica Nélida Delamoriae, bióloga, microbiologista e coordenadora do setor de Microbiologia do Hidrolabor.
Já o biomédico Roberto Figueiredo, conhecido como Dr. Bactéria e parceiro da Bettanin, sugere o uso de desinfetantes e soluções com tecnologia de íons de prata, essencial para a remoção destes microrganismos. “Recomendo os produtos que tem vinagre, bicarbonato de sódio e detergente. São ótimos desodorizadores, desinfetantes e removem as bactérias de forma fácil”, aponta.
Desinfetantes com alvejantes, também conhecidos como hipoclorito de sódio, agem quebrando as membranas celulares e rompendo as estruturas internas das bactérias e de alguns vírus. “Devem conter a quantidade adequada, geralmente entre 5% e 6% de hipoclorito de sódio”, indica a microbiologista.
Uma opção conhecida com hipoclorito de sódio é a água sanitária, que consegue atingir uma vasta gama de bactérias. Porém, o biomédico explica que não é sempre indicado usá-la em pisos, pois não é recomendado desinfetar a casa com tanta intensidade.
Produtos à base de cloro, porém, têm algumas limitações, não sendo tão eficaz contra esporos bacterianos, que são formas resistentes de bactérias que podem exigir desinfetantes mais fortes.
Ademais, o cloro pode danificar algumas superfícies, como tecidos, metais e superfícies com tinta, além de poderem liberar vapores irritantes e prejudiciais à saúde quando usados em ambientes fechados.
Ainda, artigos com álcool, seja etanol, seja isopropílico, também são uma boa aposta para se livrar das bactérias, agindo de maneira semelhante ao hipoclorito. Opte por um produto que contenha álcool em concentrações de 70% ou mais para garantir sua eficácia: “Porém, não use diretamente em ambientes sujos, com acúmulo de partículas. Limpe a superfície e depois aplique o álcool”, coloca Nélida.
Produtos com peróxido de hidrogênio também são reconhecidos pela sua eficácia na eliminação de bactérias, liberando oxigênio quando entra em contato com as superfícies e matando bactérias, fungos e vírus. Neste caso, opte por produtos com concentração de 3% ou mais de peróxido de hidrogênio.
“Existem também os produtos antimicrobianos e antibacterianos, que são formulados especificamente para matar ou inibir o crescimento de bactérias e outros microrganismos. Procure por ingredientes como clorexidina, triclosan e quaternários de amônio”, coloca a bióloga. Porém, Roberto alerta que estes produtos são considerados abrasivos, então devem ser usados com precaução.
Qual é a diferença entre produtos comuns e antibacterianos?
Não é incomum dar uma olhada nas prateleiras de supermercados e encontrar produtos etiquetados como “antibacterianos”. Mas será que existe uma verdadeira diferença entre o restante? A resposta é sim, mas isso não significa que você deve abandonar todas as opções.
Os produtos de limpeza comuns são formulados, principalmente, para a remoção de sujeira, gordura, poeira e manchas. Estes são especializados para a remoção de sujeiras e, inclusive, algumas bactérias, mas não têm ativos capazes de matar ou inibir o crescimento de microrganismos, segundo a microbiologista.
“Já os produtos antibacterianos são formulados para matar ou inibir o crescimento de bactérias, contendo ativos com ação antimicrobiana, garantindo uma redução significativa deste tipo de população”, diz a especialista.
Porém, é importante lembrar que estes produtos usualmente não têm efeito contra vírus e fungos. Embora eficazes na eliminação de bactérias, é importante se atentar aos locais de uso deles.
Em cozinhas, estes produtos podem ser usados em bancadas, tábuas de corte e pias, mas é necessário garantir que seja adequado para contato com alimento. Após aplicar, enxágue bem as superfícies a fim de evitar resíduos.
“O uso de produtos antibacterianos em banheiros é recomendado, especialmente em superfícies de alto contato, como maçanetas, torneiras, pias e vasos sanitários”, diz a especialista.
Em superfícies de contato frequente, é importante garantir que os produtos não deixem resíduos químicos que possam ser absorvidos pela pele ou transferidos para o corpo, podendo optar por lenços antibacterianos ou spray com álcool.
Opções naturais contra bactérias
As misturas caseiras também são comuns na cena de limpeza e nos cuidados de casa, mas quando se trata da eliminação de bactérias, é importante se atentar a algumas necessidades. “Os produtos com vinagre e bicarbonado de sódio são o futuro. Agridem muito pouco o ambiente e as pessoas que o usam, mas também são mais acessíveis e têm ação contra as bactérias”, indica o Dr. Bactéria.
Porém, ainda não alcançam o potencial de limpeza de outros produtos específicos, conforme a bióloga. O vinagre tem ação, principalmente, sob bactérias como Escherichia coli, mas em superfícies não críticas e com baixa carga destes microrganismos.
Podemos criar superbactérias?
A resistência bacteriana, porém, também é comum, especialmente com a aplicação de excesso de produtos.
“Essas soluções agem, na maioria das vezes, reduzindo a quantidade de microrganismos da área e não eliminando completamente. Isso faz com que os agentes microbianos atuem primariamente naqueles menos resistentes, permitindo a continuidade daqueles mais resistentes que podem, posteriormente, reproduzirem-se, formando uma colônia com indivíduos mais fortes”, explica a especialista.
Portanto, é importante usar estes produtos com moderação. Ainda, pode ser interessante utilizar um sistema de intercalação entre produtos. “Não precisamos nos preocupar em eliminar totalmente as bactérias em casa, pois elas não são causadoras de doenças graves. Manter a limpeza em dia e deixar os ambientes arejados já é o suficiente”, coloca o Dr. Bactéria.
Onde estão as bactérias?
“As bactérias estão presentes em todos os ambientes e é fácil disseminá-las. Em casa, a principal forma é através do contato direto, como o toque de mãos em superfícies, alimentos ou objetos contaminados”, diz Nélida.
Ainda, sua disseminação também pode ocorrer por meio da transferência de gotículas, como espirros e tosse. Conforme a bióloga, as superfícies mais comuns para o acúmulo de bactérias são puxadores de porta, interruptores, bancadas de cozinha, mesas, telefones celulares e controles remotos, sendo necessário dar atenção a sua higienização.
“Ambientes propensos à umidade ou contato com matéria orgânica são mais propícias ao acúmulo de bactérias e outros microrganismos. Isso porque as bactérias podem se reproduzir mais rapidamente graças a essa combinação de alimento, água e calor disponíveis no ambiente”, coloca.
Para as pessoas germofóbicas, isso já pode acender o alerta vermelho, mas o Dr. Bactéria explica que as bactérias encontradas em casa costumam não causar doenças. “Porém, precisamos ter cuidados com a limpeza da residência de qualquer forma, usando produtos específicos para evitar sua disseminação”, aponta.
Entre as bactérias mais comuns está a Escherichia coli, encontrada em banheiros, cozinhas e superfícies em contato com alimentos crus ou de origem animal, podendo causar intoxicação alimentar. “Está também a Staphylococcus aureus, presente em superfícies de alto tráfego e na pele e nariz das pessoas. Além disso, tem a Salmonella, associada a alimentos mal-cozidos”, aponta Nélida.
A Listeria monocytogenes, a Enterococcus e Pseudomonas aeruginosa também são associadas ao espaço doméstico.
Matéria retirada do site G1 – Casa e Jardim – Original aqui.